Se eu caí no bueiro é por que insisto em revisitar você. Eu que evidentemente não sou daqui.
É que entre esses dias tão dolorentos, entre essas euforias tão fugidias, entre essas portas que se abrem e que voltam na minha cara de rato-meu-querido-rato, eu ainda insisto nesse fado do amor.
Não o das novelas que atuo, diariamente, em horário nobre e também nos horários chinfins. Audiência máxima, telespectadores amadores.
Não o dos tropeços e livros espalhados, mocinho gentil.
Não o dos pescoços de branquíssima tez e sua proibida tentação, vampirinho vilão.
Não aquele obscurantista, das coincidências tantas, tão cotidianas, que fazem a gente realmente achar que o mundo é cenográfico.
Ele é simples, ele é imenso, do tamanho do meu romantismo - jamais cinematográfico, aliás. Porque o meu romance não se roteiriza no cinema. É teatro experimental porra louca de rua mesmo.
É doação. É credo. É o querer, depois que a raiva já veio, tornou a voltar, e deixou os caquinhos ali, sem dó.
Amor assim, dos troços e das trouxas e dos trastes e das trincas e das traças.
Amor assado, de viver e ir pro beleléu do lindo e imprevisível fim de todas as coisas.
Gostar pra mim é pouco, eu preciso ser amando.
Dói como ralar cebola e o dedo junto. Como se espatifar na calçada e apoiar com o dente. Como na despedida virar de novo, olhar fundo, manso, resignado...ver aquela coisa em forma de gente partindo (qualquer que seja a coisa, embora não seja qualquer gente) e ver que se olhou sozinho, que não se olhou de volta. Você já esteve assim, sozinho fitando o seu destino partir?
A bala, o relógio e a lâmina. Frevo no coração. Palhaça.
Mas a mocinha às avessas não devia sequer reclamar.
Não é todo dia que se nasce pueril e, indiscutivelmente, com a índole da vilania.
Figuração é o disfarce instintivo pra evitar a tietagem.
Vem meu amor, vem sem pudor.
Dói como ralar cebola e o dedo junto. Como se espatifar na calçada e apoiar com o dente. Como na despedida virar de novo, olhar fundo, manso, resignado...ver aquela coisa em forma de gente partindo (qualquer que seja a coisa, embora não seja qualquer gente) e ver que se olhou sozinho, que não se olhou de volta. Você já esteve assim, sozinho fitando o seu destino partir?
A bala, o relógio e a lâmina. Frevo no coração. Palhaça.
Mas a mocinha às avessas não devia sequer reclamar.
Não é todo dia que se nasce pueril e, indiscutivelmente, com a índole da vilania.
Figuração é o disfarce instintivo pra evitar a tietagem.
Vem meu amor, vem sem pudor.
Suddenly I see (Suddenly I see)...This is what I wanna be.
"Dói como ralar cebola e o dedo junto."
ResponderExcluirDaqueles exemplos perfeitos onde a empatia é inevitável...
Brigada mesmo, Lila!
ExcluirE o que também caberia no exemplo é que, além do corte, fica ainda aquele cheiro empestiado e impertinente, custa a sair. Aiai! Abs =)