Velocímetro.

A vida tem sido como essas longas viagens de carro, quando a gente acorda de manhã e o clima é bom para sair por ai. E, enquanto a gente tenta se empolgar com esses trajetos repetidos dos caminhos do passado, nossos olhos percebem toda a mudança do ambiente que ladeia a rodovia. É quando a gente lembra uma melodia boba e, se começa cantarolando baixo olhando pela janela, logo, logo já está a plenos pulmões junto com todo mundo do carro num caraoquê imaginário, que vai crescendo tão rápido quanto os números do velocímetro.

E, quando tudo isso acontece, o passeio passa a ser mais que imaginar os braços que irão nos receber ao final de tudo, passa a ser a própria vida – e a vida um passeio.

Gosto de viajar e, por mais que digam que dirigir tudo sempre é mais legal, é confortável estar no banco dos passageiros, para poder colocar a cabeça pra fora da janela e tomar ventinho e, ainda assim, decidir algumas direções.